Saturday, January 26, 2008

Cair em Perigo

Se eu pudesse cair em perigo,
fácil que a vida me desse você
nas finas tramas do desejo.

Na ascese do amor
estaria amarrado aos seus cabelos,
finas tramas de sedução.

Deixe agarrar-me na tua alma.
Enredar-me em fantasias,
nas finíssimas tranças da paixão.

Seu corpo nu tinto e sua boca
doce suave fino...
Deixe-me cair em perigo.

Permanente

Educação permanente ou humanização dos processos de trabalho só será possível se compreendermos que não é o trabalho, o estado ou a gestão que se encontra em pauta, mas o sujeito. Não é simplesmente processo de trabalho o tema da mudança, mas o sujeito. Quais são as formas possíveis do sujeito se reconhecer participativo nas atividades do trabalho? Dito de outra forma, quais são os modos do sujeito ser sujeito? Dentro daquela máxima que o homem produz o trabalho, e o trabalho produz o homem. Não devemos pensar o sujeito a partir das instituições, mas pensar as instituições a partir do sujeito. A primeira possibilidade é estática e morta, a segunda dinâmica e criativa. Uma das formas do sujeito se reconhecer na sua própria ação é através da participação direta do seu processo de trabalho. A educação é o meio e o fim para executar tal empreendimento de transformação, surge como prática da liberdade, e relaciona-se com premissa filosófica de que somos sujeitos condenados a escolha. Nem sempre ser livre e fazer escolhas indicam o caminho da felicidade, mas ser livre e poder escolher é a única forma de se realizar enquanto sujeito, mesmo que a liberdade e escolha sejam estímulos de fantasias, como aqueles dias que fechamos olhos e nos sentimos voando com o toque do vento no rosto. Educar-ação é ter o trabalho como forma de aprendizado, consciência de vínculos que atravessam, mas vão além e retornam para o cotidiano do trabalho, é ter a coragem de tirar o trabalhador da condição de obediência. Necessário fazer o trabalhador se reconhecer não como o ser que aprende, mas como o próprio devir-educador de si mesmo, que acumulou um saber da vida, do trabalho, das relações, das amizades. E se fazer devir-educador, é se fazer devir-múltiplo: um devir-criança, devir-idoso, devir-gestor, devir-cidadão, devir-aluno, devir-rebelde, devir-infinito. Exercitar a prática de educador seja permanente, instável, incerto ou translouco, é se colocar na condição de não-educador. É ter cuidado de não se apequenar com disputas incessantes, e se manter sereno com o contraditório. Se fazer um educador-trabalhador é algo que exige tempo, observação e cuidado consigo e com o outro. Permanente é aquilo que dura em nossos corações. Educadores permanentes foram todos os colegas da Diretoria de Gestão da Educação e do Trabalho em Saúde com suas diferenças marcantes no meu processo de aprendizagem. Especial carinho aos amigos: Arlene, Larissa e Tiago.

Cicatrizes

As cicatrizes da infância me fazem lembrar que fui uma criança feliz, as de adulto não serão diferentes. As dificuldades só nos fazem melhores...