Saturday, June 09, 2012

Mu - Danças

Primeiro dia de Mudança.

Poderia ser algo simples e planejado. Hoje, tive que lidar com inúmeros imprevistos, e como isso aos poucos foi me desagradando. Pela manhã, combinei para pegar as chaves às 08 e 30h, só conseguir às 13h, por displicência do caseiro, que marcou comigo e não compareceu.

Com este desacerto, todas as pessoas que tinha combinado para ajudar, resolveram simplesmente, seguir com seus compromissos, e o imprevisto foi o anúncio de uma debandada. E outros amigos tão "dispostos" antes da mudança não estavam assim tão dispostos no dia. Quem abriria mão dos seus interesses para ajudar? Por mais que as pessoas desejem ser solidárias, a nossa sociedade é organizada pelo individualismo, sem nenhum tipo de atribuição de valor nesta constatação. Compromisso com o trabalho, com o estudo, com o lazer, com a família, ainda mais em pleno feriadão, decidia as prioridades dos companheiros... é...estava querendo demais dos companheiros, a solidariedade é um momento, não um ato contínuo e organizador de algumas classes. Talvez seja das classes populares que necessitam do ato solidária para garantir as relações e a sobrevivência. Dancei na mudança, dancei só...quase só.

Ora, mas quem estava lá me ajudando, firme e forte, uma senhora de 72 anos, minha mãe. Sim, as mães...sempre plena de força, e nós filhos sempre plenos de reverência e gratidão.

Não conseguir chegar na casa ainda, digo senti-la, estava com muita energia retida, sujeira, sinais de desarmonia, mas aos poucos vou dar novos ares. Pensei muito em Clô, ela estaria do meu lado...no final do dia queria vê-la, compartilhar coisas, desabafar, refletir sobre a vida, sujeitos e sociedade.

Seguimos. A experiência de estar só, ainda que alguns sinais de ajuda, se inicia no primeiro dia.