Friday, July 21, 2006
Ocultar-me em pensamento, há de ser amor!
Quer que eu lhe ensine o caminho da perdição, disse a outra.
Não, respondi, acho que não...prefiro me perder sozinho...assim não corro tanto risco, nem coloco ninguém em perigo.
Eu corro risco com você tranquilamente, rebateu.
Não preciso de tanto afago, mas obrigado pela gentileza! agradeci, com o pulmão aberto
como você está hoje? Perguntou a amiga no msn
Deixar a vida respirar
Se um homem, quer ser feliz, tem que aprender a sofrer!
é caro amigos, depois daquela angústia noturna, de dormir tão pouco, tive bons resultados, passei na prova de filosofia. Respondi uma questão sobre Foucault e política iluminista, tive sorte de contemplar algo que conhecia...eufôrico...imaginei...pronto, aquele Escroto ou estar do meu lado ou estar me dando apenas um gostinho. Fiz a prova de língua estrangeira, fui muito bem! Então...o desastre...ouvia tantas e quantas histórias sobre a entrevista...o que era a entrevista? Minutos antes de entrar na sala, recebi um telefonema, dizendo algo muito próximo do que poderia me perguntar, mas não adiantou, chegamos lá, sim, chegamos, eu e todos que torciam por mim, e tudo que ouvir de todos. O inesperado. Duas mulheres com cara de quem estuda filosofia, não podia ter palavrão pior, e um rapaz simpático. Uma delas fez questão de destroçar todo meu esforço para estabelecer um objetivo específico...imaginei...é o meu fim! O que dizer? tinham razões em muitas coisas, não faziam menor questão de enteder outras...nunca passei por situação tão difícil, as idéias do projeto não estavam amadurecidas, fiquei extremamente nervoso, todos meus estudos sobre o autor fugiam como se fossem ratos assustados...queria correr atrás deles, mas não adiantava, estava congelado naquela cadeira, diante de três semi-deuses que mal podia encarar, por um segundo pensei "que situação mais vexatória ter nosso destino em tão poucas palavras, numa condição que não revela nada sobre mim, é apenas um instante que está na mão daquelas pessoas estranhas a mim", falhei, perdi, ganhei duas partidas, mas a última era decisiva, eu não contei mas eles podiam acabar com o jogo e decretar a morte do rei, porque não me acharam suficientemente capaz de jogar, e assim foi, Xeque mate! E isso foi dito de forma dura com outras palavras, interromperam meu argumento, e disseram "está bom, já ouvimos o suficiente", era o fim, tinha compreendido que não andaria, nem movimentaria, mais nenhuma peça. Como um cavalheiro, agradeci o jogo, desejei um Bom Dia! e chorei, algo lá no fundo do meu coração, não cansava de dizer, você perdeu, e assim foi, perdi. Mas como disse Rousseau, se um homem quer aprender ser feliz, tem que aprender a sentir dor; se o homem quer ser feliz, tem que aprender a sofrer! E se um homem quer amar, tem aprender a perder. E o amor aqui em questão é do conhecimento. Obrigado a todos que me ajudaram, e fiquem em paz. |
Wednesday, July 12, 2006
Xeque Mate!
Monday, July 10, 2006
Meditações 1-20 (Ano:1999)
1. O homem realiza o trabalho. E o trabalho realiza o homem, nem sempre. 2. Deus fez o homem para poder existir. Ele era o único ser no universo, mas sentia a vaidade de ser admirado, de exercer o poder, então criou o homem, para que pudesse admirá-lo e almejá-lo, e temé-lo. Só que sabiamente se escondeu, pois se homem pudesse chegar até Deus, já teria perdido Seu trono. Na melhor das hipóteses, teria visto que o homem é a imagem de Deus, e não conseguiria admirá-lo. Logo o homem admira e deseja Deus, dando sentido a existência do divino. (1999) 3. Tenho medo da morte tanto quanto da vida. Tenho medo do julgamento, tanto quanto de não ser julgado. Imaginem se chego diante de Deus e ele diz "não tenho nada a dizer, próximo!" 4. O homem só evolui quando perde o medo daquilo que mostrá ser superior a ele. O máximo da evolução é perder o medo do Criador, da força iniciadora. (1999) 5. Choramos porque não entendemos o direcionamento da vida, sendo que alguns choram pelo dor e outros por consciência das próprias necessidades. Eu acho que choro pelos dois. (1999, mas bem que podia ser 2006) 6. As Leis, as Cartas, os Discursos, as Músicas, as Pinturas, as Danças, as Dramaturgias não acoberta as dores do homem, mas entorpece. (1999) 7. O homem tem que observar o limite da sua evolução espiritual para não forçar a natureza a que foi destinado. 8. O ser humano é um bicho idiota, enxerga o outro pelo roupa, como é fácil manipulá-los. Imbecis. 9. 15 .06.99 é igual aos 15.06 de todas as épocas, de todos omundos. 15.06 é exatamente a mesma coisa que 06.15. 10. Como disse minha vó: "onde estou? Quando eu for para minha casa, vou plantar rosas" Detalhe, estava na casa dela. De que casa estaria falando? Os médicos dizem possível "mal de Alzheimer". Eu a julgo sábia. Por falar nisso eu já voltou para casa. 11. "Deus mantém uma relação íntima com cada um de nós" (Alexandre, O grande primo) 12. É terrível! Mas precisamos, necessitamos muito serem admirados, é quase indispensável a alma humana. Mesmo que esta admiração seja uma farsa.Temos o princípio divino em nós. 13. Os livros são os meus amigos íntimos, que não falam nada, mas me dizem muito coisa. 14. Os livros são mudos diante de um cego de espírito. 15. "Amar a Deus acima de todas as coisas". Amar a quem? Acima de que? Ora, Deus é todas as coisas, Como posso amá-lo acima dele mesmo? Se Deus complica, imagine o Diabo. 16. Deus é perfeito, aprisiona o ser no corpo material e o faz pensar que está livre. 17. Hemingnay, escritor, sábio, julgou o mundo, e a si próprio, deu a sua própria sentença. Tirou a própria vida para contradizer a Deus, ou melhor, para chegar na frente Dele. Deve estar dando boas risadas no inferno. 16. A Igreja Católica doutrina a séculos, que boas ações levam ao céu, más ações levam ao inferno. Só que já estou tão habituado a este inferno, o qual eu vivo. Não sei se suportaria viver no enfadonho céu. 17. A nossa missão pode ser menos grandiosa do que realmente imaginamos, porém de grande valor pessoal. 18. O amor é a grande revelação. Tudo se torna pó diante do amor. Por isso morremos e ao pó voltaremos, diante do amor, diante de Deus? Morrer é um ato amoroso divino, nos liberta daquilo que nós somos. 19. Estamos todos sutilmente morrendo, mas só nos damos conta quando estamos deveras enfermos. A vida é a obliteração do corpo para libertar a alma. 20. DEUS, Deus, Deus! Continua em silêncio ou sou incapaz de ouvi-lo! |
Sincronicidade!
No mesmo dia, depois de algumas horas, que escrevi a postagem "passeio solitário...", coincidentemente recebi num lugar que parecia improvável um papel com palavras semelhantes ou com temática similar a que coloquei na postagem. Dizia: "Deus tem a chave que liberta você!" "...Todos nós já fomos presos alguma vez. Talvez você já tenha sido preso também por algo que você nem mesmo sabe o que. Satanás é o captor. Ele quer amarrar e acorretar você. E tem ciúmes. Somente Deus tem a chave que liberta você. A chave é Jesus. Jesus também foi preso não pelos humanos; nem mesmo pelo próprio Satanás, mas pelos nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. E então Ele ressuscitou e derrotou a morte e Satanás para libertar você" citações de Romanos 3:23; Romanos 6:23; Lucas4:18,19; João 8:36. Imaginem! E logo a frente um colega estava falando comigo de outra igreja, a Batista. Depois, confesso, que tive a vontade ligar para ele e saber um pouco mais sobre o culto evangélico, ele já me disse uma vez que faz parte da teologia crítica, é advogado, um senhor apaixonado pelo conhecimento. É, Jung diria "sincronicidade, meu jovem, não há explicações causais que nossa mente possa alcançar". Realmente, como dizem Deus sempre manda recados, nós que somos incapazes de perceber. Mas o folheto não explicava a minha angústia...a condição coercitiva, de nos submeter a amá-Lo pelo sofrimento, ou pela culpa dos pecados que não cometi, ainda! E se eu não quisesse amá-Lo deveria sofrer, e olha que eu nem sofro tanto assim, mas penso de forma geral, que o que uni as pessoas a esta força Maior é algum sofrimento particular. Fica esta questão, pois acho que deveríamos sermos livre para amar a Deus, e não preso as nossas limitações, esta é a questão menos teológica, mas existêncial. Penso ainda, de forma problematizadora: Será o amor um estado de dependência? Esta é uma outra questão. |
Sunday, July 09, 2006
Passeio Solitário ou Duras Penas ou Segura a Galinha voando no Peito
Estou aqui...preso neste planeta, chamado "Terra" na lingua portuguesa...pouco importa o nome. Estou aqui cumprindo pena. Submetido as minhas necessidades, submetido ao meu corpo, a sociedade que vivo, aos meus condicionamentos. O pior! Cumpro pena, mas não sei qual o meu crime, nem meu algoz, poderia chamá-lo de Deus. Ora, Deus? Este não era aquele que liberta, que assim seja, se alguém pode libertar um outro alguém de algum cárcere, este alguém deve possuir chaves. Amar a Deus é a obrigação de amar àquele que lhe penitencia, amar a Deus é uma obrigação quase inquestionável, depois de tanto tentar fugir disto implantado na minha alma, chamado corpo, e com ele todas as programações de subserviência, vejo que a única saída é amar. Amar ou esquecer. Não posso esquecer...quanto mais tento esquecer mais dura torna-se minhas condições de vida...então acabamos por travar uma luta de sobrevivência, uma quebra-de-braço. De um lado, eu próprio, fraco, com medo, assustado, gritando para todos que sou forte, na minha cara está estampada, crispada a face da tristeza; do outro o soberano Deus, calmo, gentil, forte, sem nada dizer, ele é o dono do jogo, apenas me sede a luta porque é bom. Ele me imputa as mais duras penas e fico aqui, tento respirar a última molécula de oxigênio. Livre arbítrio é uma leve ironia divina. É como a Ilha do Diabo de Papilon, você está livre para viver, desde que limitado pelas águas profundas do mar, vigiadas por tubarões. Questiono-me! Que Pena? Que pena escreve minha história, que pena cumpro, que duras mãos segura a pena, suporto as duras penas? Pior que cumprir pena, é não saber o crime cometido, é ter a leve sensação de que sou inocente. Sim , sou livre, livre para me dedicar aos vícios, sou livre para antecipar algo que chegaria sem muito esforço, por que não esperar com pequenos vícios? Por que subtrair os vícios? São eles que fazem o tempo miúdo. Os vícios é a liberdade da rebeldia, é a revolta contra os deuses.Sei que o perverso e caústico Deus, rir das minhas vãs tentaivas de palavras, é como ele soubesse que teclas vou apertar antecipadamente, prever até os meus erros de digitação, prever ou controla, sinto que está sempre a minha frente, o que fazer? Sentar numa pedra, olhar o mar. Não sei? Outro dia, pensei, sou um homem que Caminha, neste instante fiquei feliz por esta possibilidade, por este prazer tão simples, por saber que posso caminhar, passeiosolitário, mesmo que muitos ao nosso lado, as vidas são eternos passeios solitários... |