Friday, July 21, 2006

Ocultar-me em pensamento, há de ser amor!

Estaria, estou, ou pretendia estar apaixonado por uma garota dez anos mais nova do que eu, sem a densidade daqueles que amam, sem franzir a testa, sem rusgas, sempre sorrindo e dançando, com a beleza de uma menina que descobriu o prazer de balançar o cabelo ao vento, o corpo, e banhar-se nas águas doces de um lago que se agita em pequenas ondas com a brisa que alisa a superfície. Natural, pois não, me encantar por uma beleza tão fugidia, tão etérea, tão pouca minha. Natural, querer me desorganizar, desestabilizar, amar sem retidão, perder-me em fantasias, tão louco penetrante seria...Hei de ser feliz, Bey? Não, e daí...o fim é outro...é ocultar-me em pensamento, é suspirar, é dizer boa noite, te amo, coisas assim, que escapam irresponsalvemente dos nossos lábios como beijos roubados. Loucos beijos molhados.
parei de achar um monte de coisas...até porque nunca perdi nada...estou querendo me perder, se encontrarem um caminho para que possa me perder, me digam.

Quer que eu lhe ensine o caminho da perdição, disse a outra.

Não, respondi, acho que não...prefiro me perder sozinho...assim não corro tanto risco, nem coloco ninguém em perigo.

Eu corro risco com você tranquilamente, rebateu.

Não preciso de tanto afago, mas obrigado pela gentileza! agradeci, com o pulmão aberto

como você está hoje? Perguntou a amiga no msn

não sei...acho que bem...talvez em silêncio. ouvindo milton, escrevendo pensamentos no blog secreto, sonhando platonicamente em amores dormidos, respeitando minhas lágrimas, mais ainda a minha risada, depois de chorar, correr atrás da divina teta.

Deixar a vida respirar

Um bom amigo de caminhadas diria que viver é simples, basta abrir o pulmão e deixar o ar entrar, tudo distante disso é hermenêutica, falaria com o ar irritado. Talvez tenha razão, talvez por um segundo, aquele segundo que o ar entra e sai com moléculas de carbono. Talvez precisemos abrir o pulmão, o coração, a alma e respirar tudo que é vida...

Se um homem, quer ser feliz, tem que aprender a sofrer!

é caro amigos, depois daquela angústia noturna, de dormir tão pouco, tive bons resultados, passei na prova de filosofia. Respondi uma questão sobre Foucault e política iluminista, tive sorte de contemplar algo que conhecia...eufôrico...imaginei...pronto, aquele Escroto ou estar do meu lado ou estar me dando apenas um gostinho. Fiz a prova de língua estrangeira, fui muito bem! Então...o desastre...ouvia tantas e quantas histórias sobre a entrevista...o que era a entrevista? Minutos antes de entrar na sala, recebi um telefonema, dizendo algo muito próximo do que poderia me perguntar, mas não adiantou, chegamos lá, sim, chegamos, eu e todos que torciam por mim, e tudo que ouvir de todos.
O inesperado. Duas mulheres com cara de quem estuda filosofia, não podia ter palavrão pior, e um rapaz simpático. Uma delas fez questão de destroçar todo meu esforço para estabelecer um objetivo específico...imaginei...é o meu fim! O que dizer? tinham razões em muitas coisas, não faziam menor questão de enteder outras...nunca passei por situação tão difícil, as idéias do projeto não estavam amadurecidas, fiquei extremamente nervoso, todos meus estudos sobre o autor fugiam como se fossem ratos assustados...queria correr atrás deles, mas não adiantava, estava congelado naquela cadeira, diante de três semi-deuses que mal podia encarar, por um segundo pensei "que situação mais vexatória ter nosso destino em tão poucas palavras, numa condição que não revela nada sobre mim, é apenas um instante que está na mão daquelas pessoas estranhas a mim", falhei, perdi, ganhei duas partidas, mas a última era decisiva, eu não contei mas eles podiam acabar com o jogo e decretar a morte do rei, porque não me acharam suficientemente capaz de jogar, e assim foi, Xeque mate! E isso foi dito de forma dura com outras palavras, interromperam meu argumento, e disseram "está bom, já ouvimos o suficiente", era o fim, tinha compreendido que não andaria, nem movimentaria, mais nenhuma peça. Como um cavalheiro, agradeci o jogo, desejei um Bom Dia! e chorei, algo lá no fundo do meu coração, não cansava de dizer, você perdeu, e assim foi, perdi. Mas como disse Rousseau, se um homem quer aprender ser feliz, tem que aprender a sentir dor; se o homem quer ser feliz, tem que aprender a sofrer! E se um homem quer amar, tem aprender a perder. E o amor aqui em questão é do conhecimento. Obrigado a todos que me ajudaram, e fiquem em paz.

Wednesday, July 12, 2006

Xeque Mate!

Véspera da prova do mestrado...dia incomum...não conseguia dormir...tinha que fazer uma prova na qual tinha pouco conhecimento da filosofia contemporânea, fiquei imaginando o que será que vai cair...para piorar me entreguei na noite passada a um romantismo desfreado. Destes que sabemos que não podemos beber nem fumar, principiando uma gripe, e me entrego ao sereno, a quatro cervejas, algumas barrufandas de cachimbo e um cigarro gudan. Estava querendo piorar minha situação... depois eu e um amigo jogamos uma mão de xadrez, e estava tudo certo, o jogo era meu, estava com o melhor posicionamento de peças, ele só estava atacando com a rainha. Eu estava com o peão passado, a uma casa da inversão de peça, com uma torre logo a frente, deveria inverter a peça assim que pudesse, mas não, resolvi puxar o cavalo para defesa, ao invés da torre, e pronto meu jogo foi ao fim, xeque mate. Fiquei à noite imaginando que a vida se acaba num segundo...num movimento errado, numa falta de atenção. Não era o pensamento ideal para quem vai realizar uma prova. Deitei imaginando que poderia ganhar o jogo, "se não"...as condicionais nos matam. Dormir mesmo assim, até duas da manhã, acordei, e imaginei se for assim na prova...não conseguia dormir de forma alguma...se por uma frase equivocada eu perco, o pior que nunca vou poder saber qual a peça movimentei errada na prova. A gripe piorou, a garganta começou a doer, não deveria beber, nem fumar, deveria tomar uma sopa quente, um chã, um suco de laranja, por que às vezes tomo decisões por paixões? Isso é romantism. (desculpe os erros de datilografia, ainda estou pagando pelas faltas de ontem, espirrando muito). Resolvi que poderia modificar em parte esta realidade, levantei, já era 4:00 da manhã, aqueci uma água, tomei u chã de bodo, procurei de camomila, esquentei um leite com chocolote, fiquei um pouco olhando para as coisas, o vencedor do xadrez, estava lá...todo feliz, tendo o sono dos justos...ah que inveja...queria tanto dormir como vencedor...pelo menos aquela noite...tenho certeza que se ele soubesse deixaria eu ganhar, mas aí não teria o mesmo sentido. Meu consolo, é que eu ganhei por tempo, ora tínhamos marcado uma mão de 10 mínutos, depois dele ter dito que não iria jogar por causa da hora. Aconteceu que eu estava jogando rápido e bem, e ele começou a amarrar o jogo, para não impedir o tempo continuei jogando rápido e ele passava 5 minutos analisando uma jogada, ou seja, ele recuou na hora que percebeu que iria perder, e eu fiquei com o sentimento de estar atrpalhando o tempo, e continuei jogando rápido...ah, vamos lá...é um consolo dos fracos...preciso de um consolo. Olhava o relógio e cada hora que passava, me comportava que nem Poliana, pôxa vai ser tão bom se eu dormir agora, tenho 4 horas para dormir, 3 horas, 2, 1, que bom tenho 15 minutos para dormir, finalmente dormir, e acordei era hora de me arrumar. Fiz uma prova...não posso dizer que é boa ou má, fato que discorri sobre a questão de sistema de análise de poder político contratual-opressão ou guerra-repressão. Vamos lá, voilá, como diria os franceses, espero que os Santos me consolem....depois eu digo o resultado desta partida, e o quanto me sinto com tudo isso. Xeque mate, é péssimo ouvir isso!

Monday, July 10, 2006

Meditações 1-20 (Ano:1999)

1. O homem realiza o trabalho. E o trabalho realiza o homem, nem sempre.

2. Deus fez o homem para poder existir. Ele era o único ser no universo, mas sentia a vaidade de ser admirado, de exercer o poder, então criou o homem, para que pudesse admirá-lo e almejá-lo, e temé-lo. Só que sabiamente se escondeu, pois se homem pudesse chegar até Deus, já teria perdido Seu trono. Na melhor das hipóteses, teria visto que o homem é a imagem de Deus, e não conseguiria admirá-lo. Logo o homem admira e deseja Deus, dando sentido a existência do divino. (1999)

3. Tenho medo da morte tanto quanto da vida. Tenho medo do julgamento, tanto quanto de não ser julgado. Imaginem se chego diante de Deus e ele diz "não tenho nada a dizer, próximo!"

4. O homem só evolui quando perde o medo daquilo que mostrá ser superior a ele. O máximo da evolução é perder o medo do Criador, da força iniciadora. (1999)

5. Choramos porque não entendemos o direcionamento da vida, sendo que alguns choram pelo dor e outros por consciência das próprias necessidades. Eu acho que choro pelos dois. (1999, mas bem que podia ser 2006)

6. As Leis, as Cartas, os Discursos, as Músicas, as Pinturas, as Danças, as Dramaturgias não acoberta as dores do homem, mas entorpece. (1999)

7. O homem tem que observar o limite da sua evolução espiritual para não forçar a natureza a que foi destinado.

8. O ser humano é um bicho idiota, enxerga o outro pelo roupa, como é fácil manipulá-los. Imbecis.

9. 15 .06.99 é igual aos 15.06 de todas as épocas, de todos omundos. 15.06 é exatamente a mesma coisa que 06.15.

10. Como disse minha vó: "onde estou? Quando eu for para minha casa, vou plantar rosas" Detalhe, estava na casa dela. De que casa estaria falando? Os médicos dizem possível "mal de Alzheimer". Eu a julgo sábia. Por falar nisso eu já voltou para casa.

11. "Deus mantém uma relação íntima com cada um de nós" (Alexandre, O grande primo)

12. É terrível! Mas precisamos, necessitamos muito serem admirados, é quase indispensável a alma humana. Mesmo que esta admiração seja uma farsa.Temos o princípio divino em nós.

13. Os livros são os meus amigos íntimos, que não falam nada, mas me dizem muito coisa.

14. Os livros são mudos diante de um cego de espírito.

15. "Amar a Deus acima de todas as coisas". Amar a quem? Acima de que? Ora, Deus é todas as coisas, Como posso amá-lo acima dele mesmo? Se Deus complica, imagine o Diabo.

16. Deus é perfeito, aprisiona o ser no corpo material e o faz pensar que está livre.

17. Hemingnay, escritor, sábio, julgou o mundo, e a si próprio, deu a sua própria sentença. Tirou a própria vida para contradizer a Deus, ou melhor, para chegar na frente Dele. Deve estar dando boas risadas no inferno.

16. A Igreja Católica doutrina a séculos, que boas ações levam ao céu, más ações levam ao inferno. Só que já estou tão habituado a este inferno, o qual eu vivo. Não sei se suportaria viver no enfadonho céu.

17. A nossa missão pode ser menos grandiosa do que realmente imaginamos, porém de grande valor pessoal.

18. O amor é a grande revelação. Tudo se torna pó diante do amor. Por isso morremos e ao pó voltaremos, diante do amor, diante de Deus? Morrer é um ato amoroso divino, nos liberta daquilo que nós somos.

19. Estamos todos sutilmente morrendo, mas só nos damos conta quando estamos deveras enfermos. A vida é a obliteração do corpo para libertar a alma.

20. DEUS, Deus, Deus! Continua em silêncio ou sou incapaz de ouvi-lo!

Sincronicidade!

No mesmo dia, depois de algumas horas, que escrevi a postagem "passeio solitário...", coincidentemente recebi num lugar que parecia improvável um papel com palavras semelhantes ou com temática similar a que coloquei na postagem. Dizia: "Deus tem a chave que liberta você!" "...Todos nós já fomos presos alguma vez. Talvez você já tenha sido preso também por algo que você nem mesmo sabe o que. Satanás é o captor. Ele quer amarrar e acorretar você. E tem ciúmes. Somente Deus tem a chave que liberta você. A chave é Jesus. Jesus também foi preso não pelos humanos; nem mesmo pelo próprio Satanás, mas pelos nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. E então Ele ressuscitou e derrotou a morte e Satanás para libertar você" citações de Romanos 3:23; Romanos 6:23; Lucas4:18,19; João 8:36.

Imaginem! E logo a frente um colega estava falando comigo de outra igreja, a Batista. Depois, confesso, que tive a vontade ligar para ele e saber um pouco mais sobre o culto evangélico, ele já me disse uma vez que faz parte da teologia crítica, é advogado, um senhor apaixonado pelo conhecimento. É, Jung diria "sincronicidade, meu jovem, não há explicações causais que nossa mente possa alcançar". Realmente, como dizem Deus sempre manda recados, nós que somos incapazes de perceber. Mas o folheto não explicava a minha angústia...a condição coercitiva, de nos submeter a amá-Lo pelo sofrimento, ou pela culpa dos pecados que não cometi, ainda! E se eu não quisesse amá-Lo deveria sofrer, e olha que eu nem sofro tanto assim, mas penso de forma geral, que o que uni as pessoas a esta força Maior é algum sofrimento particular. Fica esta questão, pois acho que deveríamos sermos livre para amar a Deus, e não preso as nossas limitações, esta é a questão menos teológica, mas existêncial. Penso ainda, de forma problematizadora: Será o amor um estado de dependência? Esta é uma outra questão.

Sunday, July 09, 2006

Passeio Solitário ou Duras Penas ou Segura a Galinha voando no Peito

Estou aqui...preso neste planeta, chamado "Terra" na lingua portuguesa...pouco importa o nome. Estou aqui cumprindo pena. Submetido as minhas necessidades, submetido ao meu corpo, a sociedade que vivo, aos meus condicionamentos. O pior! Cumpro pena, mas não sei qual o meu crime, nem meu algoz, poderia chamá-lo de Deus. Ora, Deus? Este não era aquele que liberta, que assim seja, se alguém pode libertar um outro alguém de algum cárcere, este alguém deve possuir chaves. Amar a Deus é a obrigação de amar àquele que lhe penitencia, amar a Deus é uma obrigação quase inquestionável, depois de tanto tentar fugir disto implantado na minha alma, chamado corpo, e com ele todas as programações de subserviência, vejo que a única saída é amar. Amar ou esquecer. Não posso esquecer...quanto mais tento esquecer mais dura torna-se minhas condições de vida...então acabamos por travar uma luta de sobrevivência, uma quebra-de-braço. De um lado, eu próprio, fraco, com medo, assustado, gritando para todos que sou forte, na minha cara está estampada, crispada a face da tristeza; do outro o soberano Deus, calmo, gentil, forte, sem nada dizer, ele é o dono do jogo, apenas me sede a luta porque é bom.
Ele me imputa as mais duras penas e fico aqui, tento respirar a última molécula de oxigênio. Livre arbítrio é uma leve ironia divina. É como a Ilha do Diabo de Papilon, você está livre para viver, desde que limitado pelas águas profundas do mar, vigiadas por tubarões. Questiono-me! Que Pena? Que pena escreve minha história, que pena cumpro, que duras mãos segura a pena, suporto as duras penas? Pior que cumprir pena, é não saber o crime cometido, é ter a leve sensação de que sou inocente. Sim , sou livre, livre para me dedicar aos vícios, sou livre para antecipar algo que chegaria sem muito esforço, por que não esperar com pequenos vícios? Por que subtrair os vícios? São eles que fazem o tempo miúdo. Os vícios é a liberdade da rebeldia, é a revolta contra os deuses.Sei que o perverso e caústico Deus, rir das minhas vãs tentaivas de palavras, é como ele soubesse que teclas vou apertar antecipadamente, prever até os meus erros de digitação, prever ou controla, sinto que está sempre a minha frente, o que fazer? Sentar numa pedra, olhar o mar. Não sei? Outro dia, pensei, sou um homem que Caminha, neste instante fiquei feliz por esta possibilidade, por este prazer tão simples, por saber que posso caminhar, passeiosolitário, mesmo que muitos ao nosso lado, as vidas são eternos passeios solitários...

Saturday, July 08, 2006

Que dia...."fiquei aperreado"

Ontem tive um dia péssimo! Vamos começar pelo início, ou melhor, pelo meio, já que esta história começa na quarta-feira. Estávamos todos no ensaio, reunidos, realizamos o ensaio. O diretor fez aquilo que sabe fazer melhor, criticar, criticar, criticar. Assim fez, falou que as personagens estavam sem verdades, sem relações, que precisavam melhorar, que não existia sentimento. Que precisava de uma base de realismo. apontou que minha personagem estava vulgar, e extramamente racional em cena, que coincidência, fora do palco, ele adora me atingir com esta mesma critica por algum motivo que ele discorde. Algumas coisas foram compreendidas, realmente deveria mudar minha personagem em alguns aspcetos, mas o que ele desejava da personagem estava distante do que o texto apontava. Ele queria uma Catarina alegre, divertida, mas era uma personagem que detestava o interior que morava, passava o tempo atrás dos homens, tinha o sonho de viajar para São Paulo, fofocava da vida de todo mundo, como uma forma de sublimar sua insatisfação com a cidade, como ele mesmo disse, mas no tom de critica, a personagem ficava com a cara o tempo todo de nojo. E era isso a idéia da personagem, era esnobe, tinha cara de nojo, não poderia embustir uma falsa alegria, porque o diretor assim a queria. Analisando a personagem vamos ter Cena 1 com Catarina, chega corrida a beira do rio, procurando satisfação com a melhor amiga porque não a esperou pra descer o rio. Já de início fala que deseja ir para São Paulo, ver um "monte de gente", e que aquele lugar é sem graça. Dando continuidade a conversa, vai contar uma fofoca, quando chega duas beatas, que ela acha muita chatas, e de vez quando acontece um atrito com elas, ou então Catarina a chama só pra fazer pirraça as beatas. Briga feio com as beatas, depois chega Verinha, a muambeira, é quando fica um pouco mais leve, mas mesmo assim se chateia pois pensava que não trouxera seu "esmalte encarnado", depois fica feliz, e brinca com Verinha. Samba, mas sempre de pirraça com as beatas, e novamente fala de São Paulo e homem, mostrando sua insatisfação com aquele lugarzinho. Chega a prostituta da cidade, ela se lamenta, achando que elas que tem uma vida de verdade, pelo menos ela tem homem, saí de cena, mostrando esta insastifação. Enfim, faz sentido ter a cara de nojo. Quinta-feira, o diretor disse que chegaria tarde, ensaiamos livremente, alguns dando seus subtextos de forma alta, arriscando um monte de bobagens, se desfazendo das persongens anteriores, e nisso tudo sem sabermos, que estava atrás da porta o diretor escondido. Ensaiamos duas vezes, a primeira completamente solta, a segunda fazendo as limpezas necessárias. Sexta-feira, apresentamos o resultado ao diretor, sem saber que ele estava atrás da porta, no final do espetáculo ele despeja sua frustração como diretor e ser humano, dizendo que tínhamos feito uma palhaçada e não um ensaio, que ele ouviu tudo atrás da porta, principalmente quando chamaram ele de "papai". Se vocês conhecesem ele, você veriam que é verdade, fui eu que disse. Ele tem um tom autoritário, reclama que as pessoas com toda empáfia de um pai, na sexta-feira disse que queria ver trabalho e que nós deveríamos mostrar que somos bons, e depois diz que não é pai, paciência. E desde que eu me conheço como ator, ficar atrás de porta nunca foi procedimento de diretor, como ficou muito ofendido, resolveu descarregar sua raiva nas pessoas. Achei que era uma mistura de diretor e terrorista, uma pessoa que ficava atrás da porta não é séria, não pode ser chamada de diretor, fora o fato que a sua estratégia de direção estava equivocada, ficamos dois meses lendo um texto de comédia, no qual ele dizia que era para estudar o texto que ele modificava o tempo todo as falas. Ele queira que apenas que o texto fosse lido sem construção de personagem, depois num outro dia, falou que poderia já acrescentar uma voz, muito irritado falou que não era para ler frio, e depois disse que era já para trazer a personagem. Já trazer a personagem só lendo o texto. Algo equivocado nisso. Mas eu conheço muito pouco de direção. Acho ele um grande teórico, e grande conselheiro de cenas, mas um diretor que sabe conduzir com pouco competência grupos. Se ele gosta de ouvir atrás da porta, vai ficar maravilhado com esta janela aberta, espero que um dia leia. Final das contas, resolvi sair do grupo para não enlouquecer junto com ele.

Monday, July 03, 2006

Carnaval 2004

O carnaval passou e o que restou? Milhares de latinhas sendo comprensadas para serem recicladas numa postura politicamente correta, enquanto crianças, velhos e adultos com suas mãos nuas enfiam no esgoto para pegar aquela latinha tão difícil atualmente. Os guardadores de carros perderam o seu lugar para senhores bem vestidos de celular na mão, guardando aquela vaga escassa como as latinhas por cinco reais. As latinhas custam o quilo R$2,80 e em alguns lugares R$3,00, segundo um catador de lixo são necessárias 78 latinhas para obter mil gramas, desta forma para ele conseguir R$30,00 são necessárias 780 latinhas, eu colaborei bebendo pelo menos 23 latinhas, não foi muito para eles, mas foi muito para mim. Fiquei bêbado e tive uma bruta ressaca que quase coloquei o fígado para fora, tive que dormir sentado pois deitar me deixava excessivamente enjoado. Devia ter vomitado na rua, sabe por quê? Vamos de novo aos cálculos, segundo estatísticas o carnaval gera 200 mil empregos indiretos e cerca de 80 mil diretos, se todos os foliôes ressaqueados vomitassem na rua, seria necessário um contigente maior de pessoas para limpar a rua. Sem contar com o fato que seria mais um bêbado a ir para o posto médico, o que geraria mais empregos e horas extras para auxiliar de enfermagem, enfermeiras e médicos, de novo as estatísticas, segundo as estatística, foram socorridos 8.500 pessoas desde total 60% de bêbados, eu poderia me encontrar neste número, aumentar este número de bêbados e gerar mais empregos, agora só para o próximo ano. Alguns fatos curiosos das pessoas socorridas, ocorreu um elevado número de torções dos membros inferiores (para quem não sabe, pé). Foi mandada uma equipe às ruas para investigar inusitada situação, e chegaram a conclusâo que as mulheres estavam indo para o carnaval de tamanco, plataformas e congêneres. Tirei a seguinte conclusão que as mulheres chegavam aos postos de saúde sem o tamanco, pois se tivessem com o tamanco não precisaria deslocar uma equipe, gastar dinheiro público, para descobrir que as mulheres preferem torcer o pé do que "descer do salto". Vamos para frente, que atrás, do lado, em cima e em baixo tem gente, é carnaval! Fato curioso dois: quatro casos de mulheres grávidas que achavam que "gravidez não é doença", dois partos prematuros e dois abortos; fato curiososo três: uma senhora de 84 anos que achava que ser "jovem é uma questão de cabeça" teve um AVC (acidente vascular cerebral) atrás do trio elétrico e um senhor de 74 anos que sofria (pois não sofre mais ) de diabetes exagerou na bebida, morreu! Precisamos mudar a música "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu". Milhares de brigas, provocadas por bêbados, valentes e estúpidos, destas milhares eu quase consegui duas na categoria de bêbado e valente e consegui uma na categoria de estúpido. Perdi meus documentos, gastei dinheito, vomitei a sala inteira, quase me meto em briga, fui expulso da casa de amigos, vi cenas de violência grotesca provocada pelos policiais e eu acho tudo lindo, sabe por quê? Porque eu sou BAIANO! Um grande AXÈ para todo mundo, que o próximo ano aconteça tudo em dobro, vou trabalhar o ano inteiro para comprar o meu abadá e ficar curtindo o carnaval "devagarzinho". Cansei de ser empurrado nos muros na hora que o trio passa, vou fazer dois movimentos MSB (movimento dos sem bloco) e MSC (movimento dos sem camarotes), e este movimento vai ser diferente dos outros vai ser coreografado e com banda de axé, pois na Bahia tudo acaba em festa. LUTEM PELOS SEUS DIREITOS BAIANOS!