Sunday, February 01, 2009

"esse anima", "estar na alma"

Esse anima, será os estudos da alma de hoje (Hillman "O livro do Puer"). A psicologia de Jung se baseia na alma. A ressurreição de imagens por Jung foi um retorno à alma, por aí já temos uma indicação do método a ser empregado no processo junguiano. Logo a imagem não é representação de algo mais. Dar a imaginação significados interpretativos é pensar alegoricamente e desponteciar o poder da imaginação. Esta posição Jung descobriu junto aos seus paciente insanos e em si mesmo durante seus anos de depressão. Se você está a procura da sua alma, busque antes as imagens de sua fantasia, pois é assim que a psique se apresenta diretamente. Imagem não é utilizado para referir-se ao reflexo de um objeto ou uma percepção, não se refere a uma memória ou uma pós-imagem. A palavra deriva de "uso poético, uma figura de imaginação ou uma imagem de fantasia". Estes não provém da "realidade" (sempre entre aspas). "A psique cria realidade diretamente. A única palavra com que posso designar esta atividade é fantasia".

Hillman diferencia as imagens de Pico e Vale. É importante ressaltar que tudo para psicologia junguiana é antecedida pela imagem, se reconhece o espírito ou a alma pelos seus estilos de imagens. Dar definições de espírito e alma propõe a distinção e o problema em linguagem do espírito.

Outro ponto que me chama atenção e afirma minha identificação com a psicologia da alma. O espírito é humilde, mas sem humor. Fantasia é qualidade maravilhosa da vida diária...o estilo literário de Jung no qual nenhum parágrafo continua o precedente (é preciso ler Jung com a alma, isso consigo fazer bem). A psicanálise se aproxima deste ponto na associações livres.

A alma nos envolve em história - a história de nosso caso individual, a história de nossa terapia, a história de nossa cultura. Hoje passei pela manhã e vi um grupo de homens reunidos na praça contando seus feitos, lembrando suas histórias que quando um dia 14 anos o outro dia 20, era alma centrada, reunida na praça e se fazendo. Eu precisava contar minha história para um passarinho branco, muito mais do que um perspectiva, era minha alma falando. Em outro momento do livro, sinaliza que muitas vezes o caminho do puer para alma, é a ilusória paixão, e aí se dá mal, normalmente. Eu deveria saber disso antes, pois já tinha identificado a constelação arquetípica. Mesmo que soubesse, estava mergulhado no complexo.

Os picos aniquilam a história. Os trabalhadores espirituais e os pesquisadores do espírito devem primeiramente saltar sobre as ruínas da história, ou profetizar seu término, ou sua irrealidade, seu tempo ilusório, ilusória a história de suas localidades individuais e particulares.

Nossos complexos são histórias atuantes na alma, precisamos então contá-las. Aqui seria a saída, passei o tempo todo calado com muitos. A autotransformação no vale exige o reconhecimento da história, uma arqueologia da alma, uma escavação das ruinas, uma remontagem (esse ponto é muito, muito importante). é preciso, apesar de ser mais difícil, cinzelar a história, nossas reações, hábitos, moralidades, opiniões, sintomas que impedem a autêntica mudança psíquica. (eu acho que fui bastante corajoso ao me jogar do penhasco e começar este processo, esculpir minha mudança).

O problema do que é trivial e do que é relevante depende do arquétipo que lhes empreta signficado, no caso o SELF. Contudo, podemos nos sentir oprimidos pela significação deslocada, inferior, da paranóia, como podemos sentir oprimidos por eros e pela alma nas agonias do amor desesperado, ridículo.

A desproporção entre o conteúdo trivial de um evento sincronístico, de um lado, e de outro, o enorme senso de significado que o acompanha, mostra a afirmação de Hillman, no que se refere que o significado é dado no trivial, tanto faz a fala espiritual profética, ou uso de psicotrópicos, ou relatos terapêuticos, entendo o que ele quer dizer com isso, para prestar atenção no arquétipo constelado e não nos fatos. A semelhança de alguém que econtrou um amor, processo de autovalidação, autojustificação das trivialidades que pertencem à experiência do arquétipo em todo complexo e que participam da sua defesa.

A paranóia é uma desordem do significado, por um arquétipo indiferenciado do self. Esta questáo dá indeferenciação é muito importante para psicologia, e Jung marca bastante isso, nas indiferenciações dos arquétipos.

Nas páginas seguintes fala de como agir no processos terapeutico, que pergunta deve ser feita para encontrar o arquétipo, "quem chama lá de cima?". A indagação arquetípica não é como ocorre o conflito entre alma e espírito, nem por quê, mas quem, dentre a variedade de figuras que compõe cada um de nós, que figura ou pessoa arquetípica se move neste acontecimento? (nisso é curioso, que quando reconheço isso, falo que dentro de mim, e de todos, existem vários "eus", as pessoas me rotulam, se defedem e voltam correndo para sua sanidade egóica). Outro fato curioso que precisa ser registrado, Hillman considera o "soldado cristão", enquanto figura arquetípica uma das mais perigosas socialmente, o inconsciente bom cristão, o missionário, o salvador, o cavaleiro.

Inicia o próximo estudo. psicológica e até espiritualmente, o problema consiste em encontrar conexões entre o impulso do puer para o alto e o abraço da alma, nebuloso, estorvante.

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